Banco brasileiro é o terceiro do mundo em lucro e lidera ineficiência.
Reconhecidos pela solidez e pela lucratividade, os bancos brasileiros também aparecem no topo do ranking das instituições financeiras mais ineficientes e com o maior custo do mundo, segundo relatório do BIS (banco central dos bancos centrais). Por eficiência, o BIS entende o elevado custo administrativo (processos, instalações, tecnologia) e de pessoal pela quantidade relativamente baixa de negócios e de ativos (financiamentos, caixa, títulos) gerados. "Os bancos brasileiros não são tão eficientes e não têm escala adequada para diluir o peso dos custos fixos. Falta compartilhar caixas eletrônicos, serviços comuns de transporte de dinheiro, tecnologia etc.", diz Erivelto Martins, especialista da Austin Ratings. No ranking da ineficiência, o Brasil é seguido por EUA, Rússia e Índia, países que, como o Brasil, se esforçam para elevar os negócios sem ter de expandir os gastos. Por outro lado, o Brasil é terceiro colocado no ranking dos bancos mais lucrativos do mundo. Só perde para Rússia e China (veja quadro). O principal motivo é o ganho com os chamados spreads, a diferença entre os juros que o banco paga ao investidor e o quanto cobra para emprestar a outro cliente, que viraram bandeira da presidente Dilma Rousseff contra o setor bancário em 2012. O ranking de lucratividade desconsidera o pagamento de impostos e mede a lucratividade pelo tamanho dos chamados ativos, uma medida do risco assumido na atividade bancária. Segundo Martins, após descontar os impostos, o Brasil deve perder alguns postos no ranking. O Brasil só perde para a Itália nas provisões para eventuais calotes. Isso demonstra o risco elevado de emprestar.