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CNC revisa projeção de vendas do comércio varejista para 4,7% em 2014

Venda no varejo teve queda de 0,4% em abril, a segunda consecutiva no ano. Queda seguida não acontecia desde 2008, segundo economista. A alta no preço dos alimentos e o crédito mais caro fez a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisar a projeção do crescimento do varejo para 4,7% em 2014. O volume de vendas do comércio varejista teve queda de 0,4% em abril, a segunda consecutiva no ano, segundo Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE. “A gente revisou para baixo a previsão de 4,9% para 4,7% muito mais em função desse resultado negativo em comparação com março do que com o resultado positivo com abril do ano passado [6,7%]. No curtíssimo prazo, as vendas estão caindo, mas no longo prazo [comparação anual] tiveram alta surpreendente”, explicou o economista Fabio Bentes. Ainda segundo Bentes, esta segunda queda não acontecia desde o último trimestre da crise em 2008. O economista afirmou que desde 2004 o comércio não tem um começo de ano tão complicado. “Dois meses de queda não poderia provocar outro efeito senão uma revisão para baixo. Estamos nos aproximando do ano passado, 4,3%. A expectativa no início do ano era de 5,5% a 6%. Nova surpresa nos preços elevados dos alimentos foi o principal fator. Existe a possibilidade de, em alguns meses, revisarmos o crescimento do varejo para níveis melhores, mas vai precisar que os alimentos cresçam menos do que têm crescido”, afirmou. Televisão e supermercado em alta As maiores altas ocorreram nos ramos de artigos de uso pessoal e doméstico (16%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (10,1%). Já o setor que apresentou o pior desempenho em maio foi o de jornais, revistas e papelaria, com queda de 10,6% em relação a abril de 2013. O comércio está tendo um começo difícil. Todos os segmentos do varejo tiveram queda, exceto o segmento de artigo de uso pessoal ou doméstico que cresceu. Nesse segmento, a gente pode refletir a Copa. Ele [o setor] evitou que o resultado fosse pior. Os televisores e eletroeletrônicos [que fazem parte do segmento de uso pessoal] tiveram alta de 16%. Quem ajudou o comércio a ter esse resultado, foram eles”, completou Bentes. Outro item que teve influencia no resultado do comércio varejista foram os itens de supermercado, segundo a CNC. No entanto, segundo Bentes, este número não é reflexo da Copa. “No caso deles, não é a Copa. Cresceu porque a gente teve uma inflação menor nos itens de supermercado em abril, comparando 2014 com 2013, foram menos 6,8%. Isso segundo dados de preços da própria CNC. Em abril do ano passado, a gente teve inflação de 13,1%. O resultado de vendas foi terrível naquele mês. Para você ver como preço é fundamental nesse setor [supermercado]”, explicou. Recuperação Apesar de afirmar que até o momento não houve sinalização de melhora, o economista acredita que por causa do segmento de supermercado e uso pessoal e doméstico, existe chance de alguma recuperação. “Juntos, eles explicam 97% desse crescimento de 6,7%. No caso do televisor, teve a questão do preço: eles ficaram 4,5% mais baratos do que no ano passado. Os supermercados sem dúvida foi o que impactou. Acredito que foi um fator pontual, o segundo semestre é favorável em relação ao preço de alimentos. A partir de julho, agosto, é possível que tenha um esfriamento no preço do alimento, as pressões geralmente costumam acontecer na primeira metade do ano. Preço mais alto é venda mais fraca no varejo”, concluiu.





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